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UNICENTRO paralisou várias obras e está incapacitada de fazer novos investimentos. Dívidas com credores chegaram a R$ 2,6 milhões. Embora o cenário do primeiro trimestre tenha sido parcialmente aliviado, o mês de a

25 de Março de 2014 às 18:41:16

A UNICENTRO passa por uma profunda crise. Sendo a quinta universidade em porte no estado, nossa universidade convive com problemas que se arrastam desde o século passado como a falta de funcionários que deem suporte às atividades laboratoriais e administrativas e os mais recentes, resultados de um corte de verbas sem precedentes em nossa história.

Reitores se dizem otimistas, mas e os docentes?

Embora os Reitores tenham saído da reunião com o secretário da Fazenda manifestando otimismo, é possível que docentes, estudantes e funcionários não sejam contagiados por ele. O quadro hoje está menos tempestuoso do que o de um mês atrás quando o reitor da Unicentro, interpelado pela imprensa, acabou por expor o grau de dificuldade da nossa universidade. Entretanto, o cenário ainda é muito nebuloso e o horizonte ainda não favorece o otimismo. Os problemas apenas não se agravaram mais, no entanto permanecem. E não são poucos. Os docentes tem cada mais se conscientizando que via administrativa, por si só, não tem sido capaz de convencer o governo a aumentar os investimentos e contratações de docentes e funcionários na UNICENTRO sendo necessária a mobilização docente.

São obras paralisadas por todos os três campi de nossa universidade.

A responsabilidade pode ser creditada à má gestão do estado do Paraná e o pouco peso político do atual secretário da SETI que não foi capaz de evitar cortes tão duros.

A dívida que chegou a R$ 2,6 milhões, são devidas a credores que ainda esperam pagamentos por serviços prestados desde meados do ano passado.

São dívidas relacionadas ao custeio da universidade, que implica despesas mínimas para o andamento do dia a dia da universidade: água, luz, estagiários, telefone, materiais de laboratório, reagentes, material de expediente, giz, terceirizados, por exemplo. Contas que não foram pagas em 2013 e apenas com negociação foram empurradas para 2014.

Segundo a administração da universidade, a UNICENTRO é afetada por haver um conjunto de obras e investimentos na compra de equipamentos e materiais do ano passado que ainda não foi pago e desde o fim do ano passado se tenta reverter essa situação. Em novembro, essa dívida com fornecedores era de R$ 700 mil, o que acarreta a paralisação de obras como o Centro de Convivência do campus Irati, novas salas de aula no campus CEDETEG e construção do bloco da Farmácia.

A construtora responsável por diversas obras na universidade dispensou funcionários e interrompeu construções por não conseguir receber cerca de R$ 300 mil que a UNICENTRO devia.

Fundo Paraná

Os cortes severos também se deram nos investimentos. Os recursos para investimento são também oriundos de legislação específica que destina 2% da arrecadação tributária do estado para Ciência e Tecnologia. Entretanto, a ex-Secretária da Fazenda, Jozélia Nogueira, arquitetou uma manobra para justificar o investimento de apenas 1,62%.  Do montante recebido, o Fundo Paraná destina 50% dos recursos a projetos estratégicos da Unidade Gestora do Fundo Paraná; 30% para a Fundação Araucária; e 20% para o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

A Fundação Araucária, até este momento não lançou editais em 2014, bem como não foram lançados os resultados dos Editais relativos a 2013. Projetos contemplados no edital PPSUS e de pesquisa básica e aplicada (por exemplo) também não receberam recursos, e também ainda não foi liberado o resultado da segunda parte de bolsas produtividade a pesquisadores.

A ex-Secretária Jozélia Nogueira, em seu pronunciamento feito na Assembleia Legislativa feito em 24/02, anunciou que o estado deixou de investir 0,38% da Receita Tributária do Estado em Ciência e Tecnologia em 2013 e afirmou que entendia que o governo não precisaria recompor os recursos. Ainda que a previsão legal diga 2% e não 1,62%.

Em reunião com os reitores na semana passada, o novo secretário da Fazenda, Luís Eduardo da Veiga Sebastiani, não se pronunciou sobre a reversão dos cortes do Fundo Paraná impostos em 2013, o que leva a supor que o orçamento para 2014 possa ser novamente reduzido.

Economia do Paraná cresce, mas governo se mostra mergulhado em dificuldades

O governo alega crise financeira para promover cortes generalizados. Entretanto, o Paraná encerrou 2013 como o terceiro no país em volume de arrecadação. A arrecadação total foi de R$ 32,14 bilhões (R$ 27,83 bi em 2012), sendo que, apenas em arrecadação própria atingiu um volume de R$ 24,6 bilhões (R$ 21,1 bi em 2012). Na área industrial o Paraná teve o 2º maior crescimento em 2013. A expansão foi de 5,4% em um momento em que o cenário nacional não estava tão aquecido. Na agricultura, o estado bateu novo recorde. Segundo maior produtor da oleaginosa no país a safra aumentou 4%.