Notícias

Universidade estaduais da Bahia (UEFS, UNEB, UESB e UESC) paralisaram atividades nesta terça-feira (29)

29 de Abril de 2014 às 23:33:45

As quatro universidades estaduais da Bahia (Ueba) - Uefs, Uneb, Uesb e Uesc - estão com as atividades paralisadas nesta terça-feira (29) para reivindicar a destinação de 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para as instituições. Atualmente, o valor não chega a 5%.

A paralisação, indicada pelo Fórum das Associações Docentes (Fórum das ADs) e aprovada em assembleias docentes das quatro estaduais, tem como objetivo denunciar à sociedade a redução de cerca de R$ 12 milhões das verbas destinadas às universidades para custeio e investimento, imposta pelo governo, e faz parte de uma agenda de mobilizações que, a partir deste mês, intensifica a luta do Movimento Docente (MD) pelo ensino público superior de qualidade.

A situação das universidades é grave, faltam professores, salas e infraestrutura. Em breve, as instituições não terão como comprar materiais, equipamentos, nem dar continuidade às obras de reformas e construção, bem como ocorrerá atraso no pagamento dos fornecedores e terceirizados, além de não terem autorização para realizar concursos e seleções para professores e técnico-administrativos. O déficit no quadro de vagas ataca diretamente professores e técnicos, que tem como consequência a sobrecarga das funções, levando ao adoecimento dos servidores. Falta ainda um eficaz programa de permanência estudantil para auxiliar alunos de baixa condição financeira. Caso a crise se agrave nas Ueba, o Fórum das AD não descarta a possibilidade de avaliar o indicativo de greve.

Uefs

Na Uefs, a Adufs, Seção Sindical do ANDES-SN ofereceu um café da manhã no pórtico, para convidados de entidades sindicais, movimentos sociais e imprensa, nesta terça-feira (29). Os técnicos administrativos da instituição também deliberaram pela paralisação na mesma data, unificando a luta por mais recursos. Na Uefs, os problemas com a falta de verbas podem inviabilizar as atividades acadêmicas, segundo a reitoria. O restaurante universitário (bandejão), inclusive, está ameaçado de fechar a partir de julho por falta de recursos.

Uneb

Uneb paralisa, nesta terça-feira (29), as atividades acadêmicas, com portões fechados. No campus da Uneb de Salvador, foi oferecido um café da manhã aos docentes no portão da universidade, acompanhado de ampla panfletagem. Os campi do interior também ficarão fechados, e cada um decidiu sobre sua própria atividade de mobilização.

Para os docentes da Aduneb, Seção Sindical do ANDES-SN, as mobilizações são necessárias para reforçar a denúncia à sociedade da grave crise orçamentária, decretada pelo governo estadual às Ueba. Segundo o reitor da Uneb, José Bites, apenas esta universidade possui um déficit de aproximadamente R$ 13 milhões, resultado de dívidas ainda do ano passado. A luta por 7% da RLI tem o apoio de reitores, técnicos e estudantes.

Uesc

Os docentes e servidores técnicos da Uesc paralisam as atividades acadêmicas também nesta terça-feira (29). A programação conta com panfletagem, café da manhã com convidados de entidades sindicais, movimentos sociais e imprensa, a realização do Seminário "O Orçamento do Estado e a Crise de Financiamento das Ueba", promovido pela Adusc, Seção Sindical do ANDES-SN, e debate sobre o Tema "Quadro de vagas e Carreira Docente".  A mobilização pretende denunciar a gravidade da situação, que se intensificou com a falta de recursos para investimento e custeio. Segundo o presidente da Adusc, Emerson Lucena, as recentes mobilizações na Uesc apontam para um sentimento generalizado de indignação da comunidade acadêmica. "Estamos mobilizados em torno da pauta a mais de um ano. O governo deve garantir a suplementação orçamentária para as universidades, evitando prejuízos às atividades acadêmicas em 2014 e garantir no mínimo 7% da RLI, já", afirma.

Uesb

Docentes, técnicos e estudantes estão mobilizados na manhã desta terça (29) em frente aos portões da Uesb. "Enquanto o governo ignora as Universidades, docentes sofrem com a negação de direitos trabalhistas como promoção, progressão e adicional de insalubridade. Estudantes continuam com uma política de permanência estudantil inadequada, falta de salas de aula, laboratórios e livros. Técnico-administrativos há quatro anos lutam pela regulamentação de seu plano de carreira. A reivindicação de 7% da RLI é feita pelo Movimento desde 2010 como forma de garantir o funcionamento adequado das instituições", afirma a Adusb, Seção Sindical do ANDES-SN.

* Com informações do Fórum das ADs, Adufs, Adusb, Aduneb e Adusc - Seções Sindicais do ANDES-SN