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Modelo de financiamento em crise. Professores e técnicos da USP entram em greve contra congelamento salarial. Estudantes votam na noite desta quarta-feira (21) se aderem à paralisação

22 de Maio de 2014 às 00:32:22

A paralisação começa na próxima terça, 27, por causa do congelamento dos salários anunciado por USP, Unesp e Unicamp







O Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp) decidiram na tarde desta qarta-feira, dia 21,em assembleia entrar em greve por tempo indeterminado. A paralisação começa na próxima terça, 27. O motivo é o congelamento dos salários neste ano decidido pelos reitores das três estaduais, USP, Unesp e Unicamp. como o jornal O Estado de S. Paulo revelou no dia 13.

Os professores da USP (Universidade de São Paulo) decidiram em assembleia realizada pela ADUSP na tarde desta quarta-feira (21) entrar em greve a partir da próxima terça (27). Na data também terá início a greve dos servidores, votada hoje.

O sindicato espera iniciar a paralisação junto com professores e alunos, que realizam nesta tarde assembleias para decidir sobre o movimento. A Associação dos docentes (Adusp) já indicou que deve entrar em greve. Os estudantes também devem apoiar o movimento.

A decisão de greve dos trabalhadores da USP foi votada hoje em reunião com cerca de dois mil trabalhadores no prédio da Faculdade de História, na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo. "Essa foi a maior assembleia em muitos anos", disse o diretor do Sintusp, Magno de Carvalho. "Não teve nenhum voto contra a greve. A Universidade não pode rebaixar salários, porque, com essa inflação, não dar reajuste significa queda salarial."

"A postura do Cruesp foi intransigente", criticou o presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp), Ciro Correia. "O arrocho salarial não é resposta para a crise nas universidades, mas piora sua capacidade de trabalho", acrescentou. Professores e funcionários ainda farão assembleias setoriais e gerais nesta quarta-feira em câmpus das três instituições para discutir a possibilidade de greve.

A USP vive uma crise financeira e gasta mais de 100% de seu orçamento com pagamento de salários. Antes de anunciar, em conjunto com Unesp e Unicamp, o congelamento de salários, a USP já havia cortado 30% de todos os gastos de custeio e investimento. Os níveis de comprometimento do orçamento com a folha de pagamento estão em 95,42% na Unesp e 97,33% na Unicamp.

Outras estaduais. Os servidores das três universidades estão em paralisação nesta quarta-feira, 21. De acordo com a assessoria de imprensa da Unesp, trabalhadores de 13 dos 34 câmpus fizeram paralisação parcial nesta quarta.

Já há um indicativo de greve em 15 unidades das 34 câmpus da Unesp, sendo que em duas professores e funcionários já cruzararam os braços por tempo indeterminado - Instituto de Artes de São Paulo e Sorocaba. Professores e funcionários da universidade já haviam aprovado o indicativo de greve caso não houvesse avanço nas negociações com o Cruesp e farão assembleias setoriais durante o resto da semana. A Unicamp deve definir ainda nesta quarta se param as atividades.

Na próxima terça-feira, 27, os servidores da Unesp também planejam fazer um protesto em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo, na zona sul da capital, contra o congelamento de salários. Na mesma data, uma comissão da Casa discutirá a crise nas universidades estaduais.

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo