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Greve nas universidades estaduais paulistas continua. Governo do PSDB provoca a mais grave crise da história da USP, UNICAMP e UNESP

11 de Julho de 2014 às 00:11:13

Em reunião realizada nesta terça-feira (8), o Fórum das Seis - representação de docentes e funcionários e estudantes da USP, Unesp, Unicamp e do Centro Paula Souza - decidiu continuar e fortalecer a greve nas três universidades estaduais paulistas, iniciada em 27 de maio.

No começo desta semana, os docentes das três universidades, representados pelas Seções Sindicais do ANDES-SN Adusp, Adunicamp e Adunesp, deliberaram em assembleias e plenárias estaduais pela manutenção da greve, após reunião entre o Fórum das Seis e o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), realizada na última quinta-feira (3). Mais uma vez, não houve avanço nas negociações salariais, com a reafirmação do 0% de reajuste salarial.

Por insistência do Fórum das Seis, uma nova reunião foi agendada para a próxima quarta-feira (16). No entanto, O Cruesp determinou que na reunião só serão tratados os itens da pauta que não se referem à questão salarial, o que reforça ainda mais a intransigência do Conselho em relação às reivindicações das três universidades. Apesar da imposição, o Fórum das Seis continuará pautando a questão salarial. Em assembleia realizada na segunda-feira (7), a Adusp aprovou uma moção de repúdio à postura do Cruesp, considerada pela seção sindical como um desrespeito.

Adusp

Na assembleia do dia 7, além de deliberarem pela manutenção da greve, os docentes da USP aprovaram a não entrega das notas, reafirmando decisão da assembleia anterior; a discussão das pautas específicas apenas após a conclusão da negociação salarial; convidar os membros das congregações para discutir os documentos aprovados pelas congregações das unidades, analisar as concepções da reitoria sobre a universidade pública, avaliar a situação orçamentária das universidades estaduais paulistas.

Também foi aprovado pelos docentes propor ao Fórum das Seis a organização de uma ampla frente política em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade; cobrar dos membros da Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) resposta ao convite da Adusp para um debate sobre a situação orçamentária da USP; e encaminhar ao Fórum das Seis proposta de audiência com o governador para tratar das questões das universidades estaduais paulistas.

Para o próximo dia 15, terça-feira, estão marcadas assembleias setoriais e assembleia geral permanente.

Adunesp

Entre as deliberações da plenária estadual da Adunesp, realizada em Franca na segunda-feira (7), está o reforço do indicativo de greve. Segundo o presidente da Seção Sindical, João Da Costa Chaves Junior, os docentes estão em greve em 15 campi.

A Adunesp também participou de uma reunião com a Reitoria nesta terça (8), a convite da reitora, juntamente com o Sintunesp. Na ocasião, foram apresentados os indicativos definidos na plenária do dia 7. "Na reunião, informamos que a proposta apresentada pela Reitoria será levada para a próxima assembleia, mas que não estamos dispostos a discutir a pauta específica, que só será discutida após avançarmos na pauta unificada. A estratégia tem sido esta: empurrar a pauta salarial para setembro e outubro, e propor a discussão das pautas específicas", afirmou.

A plenária também propôs a autoconvocação do Conselho Universitário da Unesp para a próxima quinta-feira (17).

Adunicamp

Também na segunda-feira (7), os docentes da Unicamp decidiram em assembleia geral pela manutenção da greve, além de abrir negociações com a Reitoria da universidade mediante algumas condições.

A abertura da negociação foi discutida na assembleia a partir de um comunicado emitido no domingo (5) pela Reitoria, no qual se propõe discutir apenas as pautas específicas e não o reajuste salarial. Por decisão da assembleia, a negociação será aceita a partir do momento em que a Reitoria reconhecer formalmente que houve perdas salariais e que elas serão repostas, entre outras condições, como o reconhecimento formal de que a greve em curso necessariamente tem impacto sobre o calendário escolar, havendo necessidade de adequá-lo quando terminar a greve.

Os docentes aprovaram ainda levar ao Fórum das Seis proposta da Faculdade de Educação, de negociar o índice de reajuste salarial com o Cruesp a ser implementado de acordo com a disponibilidade financeira de cada universidade.

A próxima assembleia geral será realizada no dia 17 de julho, às 14h.

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

Na madrugada de sexta-feira (4), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi aprovada na Assembleia Legislativa sem nenhuma alteração do texto que diz respeito às universidades, mantendo a mesma formulação desde 1995. Em dado momento da discussão plenária, o deputado João Paulo Rillo, líder do PT, propôs publicamente a negociação das emendas defendidas pelas estaduais paulistas, e o líder da situação, deputado Barros Munhoz, do PSDB, declarou que estava ciente da situação e das demandas das universidades, mas que não poderia atendê-las por orientação explícita do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

* Com informações da Adusp e da Adunicamp e foto de Adunesp