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Após confirmação do assassinato de 43 estudantes, mexicanos ampliam mobilizações. Segundo o procurador, a prefeitura de Iguala ordenou que a polícia entregasse os estudantes ao cartel "Guerreros Unidos", que os ex

13 de Novembro de 2014 às 11:26:48

População responsabiliza governo e quartel pela tortura e morte dos 43 estudantes de Iguala

Os 43 estudantes mexicanos, considerados desaparecidos desde o dia 26 de setembro, estão mortos. Foi o que afirmou o procurador geral da Justiça do México, Jesús Murillo Karam, às famílias dos estudantes na sexta-feira (7). Segundo o procurador, a prefeitura de Iguala ordenou que a polícia entregasse os estudantes ao cartel "Guerreros Unidos", que os executou e, em seguida, queimou os corpos em uma fogueira. Os restos mortais serão enviados à Áustria para perícia. Durante a entrevista coletiva, Karam afirmou, em resposta aos manifestantes que culpam o governo federal pelas mortes, que "Iguala não é o Estado mexicano".

O anúncio das mortes e as declarações do representante máximo da Justiça no país foram recebido com desespero e revolta pelos familiares dos estudantes e pela população mexicana. Movimentos sociais, sindicais e estudantis - que há semanas organizam manifestações para exigir explicações sobre o caso - realizaram enormes protestos em todo o México durante o final de semana. Muitos pediam, após a prisão do prefeito de Iguala e a renúncia do governador de Guerrero, a responsabilização também do presidente do país e a renúncia do procurador geral mexicano, que em sua declaração disse que o governo federal não poderia ser responsabilizado. Em protesto realizado na capital Cidade do México, manifestantes tentaram atear fogo ao palácio presidencial. Manifestações em solidariedade vem acontecendo em todo o mundo, principalmente em frente aos prédios diplomáticos do México.

Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, afirmou que o poder público mexicano só apurou os fatos por conta da enorme mobilização popular no México e em todo mundo. "As mobilizações vão continuar para exigir a punição dos responsáveis. Esse caso comoveu o mundo e é importante que a solidariedade internacionalista continue ocorrendo", completou o docente.

*Com informações de La Jornada. Imagem de Desinformémonos.