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APP-Sindicato organiza ato pelo respeito à democracia. Trabalhadores(as) em educação paralisam atividades nas escolas e realizam manifestação em frente à sede do governo

26 de Novembro de 2014 às 17:20:11


Nas salas de aula, alunos e alunas aprendem lições e conceitos que são levados para vida. Respeito e democracia são algumas das definições que professores(as) e funcionários(as) de escola fomentam na formação dos(as) educandos(as) durante a convivência no ambiente escolar. Hoje (26), no entanto, os(as) servidores(as) tiveram que sair da sala de aula para ir até a sede do governo cobrar do Estado do Paraná o cumprimento desses dois preceitos tão básicos na educação. (Clique aqui e relembre o processo).

Organizados pela APP-Sindicato, trabalhadores(as) estiveram em Curitiba para a realização de um ato público que cobrou do governo respeito para assumir os deveres não cumpridos para com a categoria e democracia para a condução das eleições de diretores e diretoras de escola. A data escolhida para o manifesto, dia 26 de novembro, faz uma referência ao dia em que ocorreriam as eleições escolares para escolha de diretores(as), mas que foi derrubada por uma ação antidemocrática do governo, na qual o processo de escolha de representantes foi adiado.

O professor de sociologia Osvaldo Haagsma, do  Núcleo Sindical de Campo Mourão, comenta sua participação no ato público. "A suspensão para diretores de escola coloca a democracia escolar em risco. Esse direito foi uma conquista da luta dos professores e da APP. E agora, o que vai acontecer? Este governo vai nomear diretores de escola, daqui para frente?", questiona o professor sobre o processo que antes era feito por meio do debate democrático com a comunidade escolar.

A repressão - Foi na defesa do direito à democracia que os trabalhadores(as) estiveram na Assembleia Legislativa do Estado (Alep), no último dia 4, para manifestarem contra à proposta do governo em adiar as eleições para diretores(as). Em resposta, os manifestantes foram fisicamente agredidos. (Veja sobre o caso de brutalidade na Alep aqui).

Em resposta, a categoria manifesta, pacificamente, hoje (26). Enquanto a comissão de negociação da APP-Sindicato foi recebida pelo governo, a categoria mostrou o desejo de paz fixando um grande laço branco nos portões da Alep. Houve também a realização de um plebiscito simbóloco onde professores(as) e funcionários(as) responderam se eram favoráveis ou contrários à eleição para diretores(as).

Para o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão,  a categoria enfrenta um momento de intensa atividade para a cobrança dos itens de pauta. "Nós estamos fazendo também uma retomada muito forte de itens como o pagamento de atrasados; de direitos de promoção  e progressão de professores e funcionários de escola; da melhoria dos contratos do PSS; o enquadramento dos aposentados no nível II, além do debate da aplicação dos recursos públicos para funcionários, agente I e II; na efetivação do concurso do magistério, e o  com o debate da imediata necessidade de um novo concurso. Mas também, sobre o fechamento de turmas da educação no campo, da educação de jovens e adultos, decisões arbitrárias que têm surpreendido as comunidades", elenca o presidente.

O presidente da APP sintetiza o sentimento de indignação compartilhado diante dos consecutivos desrespeitos aos direitos dos servidores e da comunidade escolar. "É um descaso tremendo com a educação pública . Este tipo de debate exige preparo, discussões em conjunto com a categoria, com o governo, com as próprias comunidades. Não podemos admitir retrocesso de itens importantes, inclusive os já negociados com o governador."

A APP-Sindicato estima que 70% do total de educadores(as) da rede estadual aderiu a paralisação. A adesão por escola é ainda maior: em mais de 90% das escolas há, pelo menos, um educador(a) em greve nesta quarta-feira.  A reunião entre a comissão de negociação da APP e representantes do governo perdura até o início desta tarde.

Fonte: APP-Sindicato