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UEL vai fechar o ano devendo milhões a fornecedores, diz reitoria

14 de Dezembro de 2016 às 12:57:22

A Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Paraná, vai fechar o ano no vermelho, com dívidas milionárias com fornecedores, segundo balanço divulgado pela reitoria nesta terça-feira (13). Além disso, faltam professores para o próximo ano letivo e vários cargos de chefia podem ser extintos.


De acordo com a UEL, despesas foram se acumulando devido aos cortes no orçamento. Em 2016, a instituição esperava receber R$ 18 milhões, mas o teto ficou em R$ 15 milhões. Parte da diferença tem sido coberta com recursos próprios, como taxas de cursos e vestibular, mas que não são suficientes, ainda segundo a universidade.


Só com a Sanepar, a dívida com água chega a R$ 2 milhões e está sendo negociada, ainda segundo a reitoria.


Corte de cargos comissionados


A proposta para o corte de 474 cargos comissionados ou gratificados nas universidades estaduais, com o objetivo de economizar, é do Governo do Paraná e foi aprovada em primeira votação pelos deputados na segunda-feira (12).


O projeto prevê o fim de funções nas quais professores e servidores recebem de R$ 300 a R$ 1,8 mil para acumular atividades ou cobrir setores onde faltam concursados.


Só a UEL vai perde 142 dos 871 cargos comissionados. A lista será definida pela própria universidade, que precisa fazer os cortes até o fim do ano, caso a proposta seja sancionada. Setores no campus e no Hospital Universitário (HU) serão atingidos.


De acordo com a reitora da UEL Berenice Jordão, no HU a maioria dos cargos de chefia ficará comprometida.


“Nós temos ali serviços essenciais. O Pronto Socorro, o atendimento do Centro de Tratamento de Queimados, as UTI’s. Tudo isso é serviço essencial que não pode deixar de ter uma chefia, além, obviamente, das quatro direções do hospital que têm que ser previstas”, disse.


Ainda de acordo com a reitoria, os cortes também atingem serviços como a creche da universidade. Dos 30 cargos de professores, 12 são comissionados.


No começo de dezembro, pais protestaram pela manutenção dos cargos, mas não houve avanços. Sem esses professores, a universidade diz que a creche terá que cortar pela metade as vagas para 2017.


A indefinição ameaça ainda os cursos superiores. Porém, neste caso, o problema é a dificuldade para substituições. Só em dezembro, cerca de 50 professores estão com os contratos vencendo.


De acordo com a reitora, a universidade já fez concursos, mas não há autorização para fechar os contratos. “No próximo ano letivo, nós teremos sim dificuldades com docentes”, afirmou Jordão.


O chefe da Casa Civil Valdir Rossoni informou, por meio da Agência Estadual de Notícias, que as medidas são necessárias para reduzir despesas do Estado e manter o ajuste nas contas. Segundo Rossoni, a manutenção dos cargos resultaria em aumento de despesas, com impacto nas finanças do Estado.

Ainda de acordo com a nota, por lei, as Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) poderiam ter 2.098 cargos em comissão. Porém, o quadro atual tem 3.290 funções comissionadas nas sete universidades estaduais.


Pela proposta do governo, outros 718 devem ser eliminados até o fim de 2017, o que vai exigir novas adequações ao longo do próximo ano.


 


Fonte: G1