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Reitora anuncia criação da Comissão da Verdade da UNIFESP. A comissão terá como principal objetivo apurar ações da ditadura militar (1964 - 1985) contra professores, alunos e funcionários da Escola P

03 de Abril de 2013 às 13:29:22



O anúncio foi feito durante audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo. A formação dos Grupos de Trabalho já está em andamento.

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) criará a sua própria Comissão da Verdade, anunciou a ex-diretora do ANDES-SN e atual reitora Soraya Smaili, na última semana, durante a audiência pública "Verdade e Gênero", realizada na sede da Assembleia Legislativa de São Paulo. A comissão terá como principal objetivo apurar eventuais ações da ditadura militar (1964 - 1985) contra professores, alunos e funcionários da Escola Paulista de Medicina, hoje integrantes do corpo da universidade.

Durante a audiência, promovida pela Comissão da Verdade do Estado de São Paulo "Rubens Paiva" e pela Comissão Nacional da Verdade, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e professora titular da Unifesp, Eleonora Menicucci, e a assessora da Comissão da Verdade de São Paulo e militante política torturada durante a ditadura, Maria Amélia de Almeida Teles, a Amelinha, emocionaram o público com relatos chocantes sobre as torturas físicas, sexuais e psicológicas as quais elas e outras mulheres foram submetidas. "Deixamos guardados no armário todos os sonhos da juventude para lutar por um Brasil mais justo e democrático sem desigualdade social. Estar aqui me ajuda a dizer que valeu a pena", contou Eleonora.

A ministra e Amelinha chamaram atenção para a violação dos direitos humanos de todos os torturados, em especial das mulheres, que, muitas vezes, eram violentadas na frente de seus filhos e companheiros.

A sessão solene homenageou a também militante torturada Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da Casa da Morte, centro de tortura da ditadura localizado em Petrópolis, RJ. Foi Inês quem, anos depois, denunciou a existência da Casa da Tortura e os assassinatos de seus companheiros que ali ocorreram. Inês não esteve presente na homenagem devido ao seu frágil estado de saúde.
Durante a cerimÿnia, cerca de 50 mulheres que foram assassinadas ou que desapareceram no período entre 1964 e 1985 também foram homenageadas.

Também estiveram presentes na cerimônia o deputado Adriano Diogo, coordenador da Comissão da Verdade de São Paulo, Paulo Sérgio Pinheiro, coordenador da Comissão Nacional da Verdade, a teóloga e filósofa especialista em gênero, Ivone Gebara, que fez palestra sobre o tema Verdade e Gênero, a psicanalista Maria Rita Kehl e a advogada Rosa Maria Cardoso (integrantes da Comissão Nacional da Verdade).

Fonte: Unifesp