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UFPI inicia semestre com 489 turmas sem professores. Docentes paralisam atividades nesta quarta-feira (22)

22 de Maio de 2013 às 13:00:46

Consequência da precarização das condições de trabalho, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) iniciou o período letivo nesta segunda-feira (20) com 489 turmas sem professor. "Hoje a universidade tem 1553 professores em exercício para atender um corpo discente de aproximadamente 22 mil alunos. Das 4.789 turmas abertas na graduação para o semestre, quase 490 não têm professor", afirma o presidente da Associação dos Docentes da UFPI (Adufpi), Seção Sindical do ANDES-SN, Mário Ângelo Meneses.

De acordo com o diretor da Adufpi, a situação precária da universidade vai além da falta de professores. "Os departamentos de Biofísica e Fisiologia iniciaram as aulas, mas está faltando material de consumo, como algodão, seringa e anestésicos. Ao todo, são seis aparelhos de medir pressão funcionando para 40 alunos utilizarem", exemplifica. Mário destaca ainda a situação do campus de Parnaíba. "Dos 160 professores, 50% dos docentes não têm gabinete de estudo, e faltam salas de aula para os alunos. Apesar de ter a disciplina e o professor, não tem espaço físico", diz.

Na segunda-feira (20), os professores da UFPI participaram de assembleia e aprovaram a adesão ao movimento nacional das IFE - a jornada de lutas - que está sendo realizada esta semana, entre 20 e 24 de maio. Nesta quarta-feira (22), os docentes da universidade farão paralisação, prevista também em outras instituições do país. "Faremos atividades junto com os técnico-administrativos e um debate sobre a pauta da jornada de lutas. Às 19h, faremos o lançamento da Revista Dossiê Nacional. Na segunda (20) e hoje (21), estivemos no campus fazendo a divulgação das atividades de paralisação", conta.

Paralisação
Em entrevista ao G1, o presidente da Adufpi afirmou que a paralisação faz parte do movimento nacional contra a precarização das Instituições Federais de Ensino. "A expansão do ensino superior no Brasil não foi acompanhada por condições de trabalho. Na UFPI há uma série de problemas", disse o presidente da Adufpi ao G1.

Mário afirmou ainda que os dados apontados pelo movimento nacional mostram o descaso com a qualidade de ensino nas instituições. "Existe uma grande desproporcionalidade entre a ampliação e investimentos. Enquanto o número de alunos mais do que dobrou, subindo de 500 mil para mais de um milhão, o número de professores teve um crescimento de apenas 30%, passando de 50 mil para 71 mil. Na UFPI temos apenas 1.559 professores para cerca de 21 mil alunos. Mais de 10% das turmas da instituição não têm professores", declarou ao G1.

Com informações do G1