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Estudantes da UEM foram espancados pelos vigilantes durante reunião no DCE em que discutiam os protestos a serem feitos contra os atos da reitoria que há tempos vem gerando diversas manifestações no campus. Dois estudantes fora

10 de Setembro de 2013 às 02:40:10

Neste sábado, membros dos sindicatos docentes da Unicentro, Unioeste, Uel, Uem, Uenp, Uepg e Unespar estiveram reunidos em Curitiba e um dos pontos de pauta foi a violência que vem sendo aplicada aos estudantes da UEM.

Os relatos de violência, intimidações e pequenas agressões por parte dos vigilantes da UEM, segundo os relatos dos docentes, tiveram aumento preocupante desde a ocupação da reitoria em 2011 que durou dez dias.

Os acontecimentos que se deram nesta quinta feira (05) mostraram que se chegou ao limite. E que uma investigação e postura não pode mais ser postergada pela reitoria. Nesta segunda-feira (07) os estudantes recorreram ao Ministério Público e apresentaram um termo de declaração circunstanciado dos atos de intimidação, agressão e coação a que vem sendo submetido a tempos.

Segundo relato dos docentes que foram chamados na madrugada para socorrer os jovens, estes estavam reunidos no DCE, portanto dentro do campus e faziam uma reunião política para organizar os protestos pelos atos da reitoria nesta semana. Naquele momento 20 vigilantes, que compõe a totalidade dos que fazem a ronda noturna chegaram e começaram a empurrar os estudantes para fora do campus. Várias moças foram puxadas por suas camisas e as tiveram rasgadas. Renan, um dos jovens que participava da reunião foi o que sofreu maiores agressões. Contestando a postura dos vigias foi empurrado e jogado ao chão. Caído e sem defesa teve a cabeça repetidamente chutada pelos vigilantes o que o levou a ter o nariz quebrado e suspeita de traumatismo craniano. Até sábado ele ainda continuava internado. Tamires, a menina da foto foi agredida com uma pedra, que pelas imagens gravadas, deve pesar quase um quilo. Tamires teve a testa rasgada a ponto do osso ficar exposto. A jovem levou dez pontos e fragmentos de osso foram retirados, porém não houve fratura. Outros jovens tiveram escoriações leves. Vídeos podem ser acessados em: https://www.facebook.com/movimenteseuem?fref=ts

Mas o fato fez com a OAB de Maringá, indignada com a violência, esteja acompanhando o caso. Docentes do curso de direito da PUC, consternados com o ocorrido, já manifestaram prestar todo o apoio jurídico que os estudantes necessitarem. Moções de repúdio e exigência de sindicância começam a partir de docentes individualmente e entidades de várias universidades, como por exemplo, UFJF, UFMS, USP, UNICENTRO, UNIOESTE, além da própria UEM. DCEs de todas as Universidades paranaenses estão se manifestando e enviando e-mails de repúdio ao Reitor Júlio Prates, ao que se considera a existência de uma milícia que atua dentro da UEM. A partir desta semana haverá chuva de moções de repúdio. As moções e mensagens podem ser encaminhadas aos seguintes e-mails: sec-gre@uem.br - Gabinete da Reitoria; sec-scs@uem.br - Secretaria dos Conselhos Superiores (COU, CAD e CEP); jspfilho@uem.br - e-mail do Reitor (Júlio Santiago Prates Filho); com cópia para movimenteseuem@gmail.com - e-mail do DCE, para se ter conhecimento das moções enviadas.

Os ataques aos estudantes não são de hoje. Alex, presidente do DCE, por exemplo, é alvo constante de tentativas de coação dentro do campus. Mesmo docentes (uma delas da Biologia) relatam a tempos, tentativas de intimidação, principalmente depois que a UEM passou a adotar a proporcionalidade na ponderação dos votos para reitor em abandono à paridade. Momento em que houve muita controvérsia dentro da universidade.

Os pais dos jovens agredidos estão consternados com o ocorrido e prometem providências em relação à universidade.

O imobilismo da reitoria da UEM em apurar e tomar providências é apontado pelos docentes como estímulo ao agravamento da situação, que teve seu mais dramático e revoltante desfecho na noite desta quinta feira (05).

Assim, a ADUNICENTRO, Sindicato dos Docentes da UNICENTRO, vem a público apresentar moção de repúdio aos fatos inaceitáveis que vem se dando no ambiente acadêmico da UEM. Entendemos que uma Universidade que recorre à violência e coação contra membros da sua comunidade, apenas por insistirem em fazer uso do seu direito às liberdades políticas, representa o que de pior restou do entulho dos períodos da ditadura militar.

MOÇÃO DE REPÚDIO


A ADUNICENTRO, Sindicato dos Docentes da UNICENTRO, manifesta repúdio à perseguição que, há algum tempo, vem sendo relatada pelos estudantes e participantes do movimento estudantil da UEM. É inaceitável a falta de respostas e a conivência da administração Central da Universidade, frente ao episódio de agressão física realizada por uma parcela dos vigilantes patrimoniais, contra diversos estudantes que se encontravam nas dependências da universidade no dia 05/09/2013 e em várias outras situações.

Se já não bastassem os diversos relatos de coerção, perseguição e pequenas agressões contra estudantes anteriormente registrados, esse lamentável fato finda tragicamente com mais de dois estudantes seriamente feridos.

Deixamos explícito nosso apoio aos estudantes agredidos, às entidades que se solidarizaram frente a esta situação e, principalmente, aos estudantes que se colocaram à frente no processo de esclarecimento dos fatos ocorridos e cobrança das medidas cabíveis contra os agressores diretos e indiretos.

Nos colocamos a favor de um projeto de Universidade verdadeiramente aberta à ser construída conjuntamente pela comunidade acadêmica e comunidade externa e, não, aristocraticamente, como vem ocorrendo.

Guarapuava e Irati, 09 DE SETEMBRO DE 2013