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MEC dá 72 horas para reitor pro tempore da Ufopa homologar eleição, caso contrário será destituído do cargo na segunda-feira (09)

05 de Dezembro de 2013 às 02:17:13

O reitor pro tempore da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), José Seixas Lourenço, tem até esta sexta-feira (6) para entregar ao Ministério da Educação a lista tríplice com os nomes dos dirigentes escolhidos, no dia 18 de novembro, por meio de eleição direta, para o próximo quadriênio. Caso contrário, ele será destituído do cargo na segunda-feira (9).

"O aviso é do secretário de Educação Superior (SESu), Paulo Speller, que se reuniu, na manhã desta quarta-feira (4), com uma comissão de representantes dos três segmentos universitário da universidade", informa o Luiz Fernando de França, professor do Instituto de Ciências da Educação (ICE) e presidente do Sindicato dos Docentes da Ufopa (Sindufopa - Seção Sindical do ANDS-SN).

A chapa vencedora aguarda desde a data da finalização do pleito a homologação do resultado pelo Conselho Universitário (Consun), também pro tempore. "Por causa do temor de ele aplicar um novo um novo golpe, constituímos uma comissão com representantes dos três segmentos que foi a Brasília nesta quarta-feira denunciar a demora no encaminhamento dos nomes dos dirigentes eleitos e pedir auxílio ao ministério", conta França.

O dirigente sindical disse que o Consun pro tempore tinha 24 horas, segundo o Regimento Eleitoral, para analisar e julgar o único recurso apresentado com pedido de impugnação da eleição e dar prosseguimento à escolha. Contudo, desde o dia 18 de novembro não se delibera nada. Ele acha que há sinais de golpe no ar. "Estamos vivendo um cenário de pós-eleição com um movimento pela homologação do resultado da eleição. É um movimento de vigilância e de pressão para que o Consun pro tempore homologue o resultado final. O Consun está protelando esse processo", denuncia o presidente do Sindufopa.

França disse que "essa gestão tem um histórico que nos deixa com esse temor. Além de sempre ter ignorado nossa pauta pela eleição direta para dirigente, desconsiderou, em outros momentos, decisões importantes das três categorias. O exemplo é o caso do Congresso Estatuinte. Aprovamos o congresso no Estatuto da universidade e o Consun modificou todo o conteúdo do documento e suprimiu esse desejo da comunidade universitária", conta.

Desde o final da eleição, docentes, estudantes e técnicos se mobilizaram em atos públicos, paralisações e vários tipos de manifestações unificadas nos campi de Santarém em protesto contra a protelação do encaminhamento da escolha. Foram realizadas três assembleias tripartites e todas deliberaram pela continuidade da pressão. "Os três segmentos universitários estão em vigilância, atentos para a possibilidade de um novo golpe", afirma o presidente Sindufopa - S.Sind.

Luiz França diz que a comunidade universitária está precisando agora é de que se faça valer o resultado da consulta. "Que a reitoria e o Consun pro tempore respeitem o desejo da comunidade. Trata-se de um movimento para além da chapa A ou da chapa B. O que estamos fazendo agora é lutando novamente contra esse autoritarismo que temos na Ufopa que desrespeita os desejos da comunidade universitária", afirma.

A professora do Instituto de Ciências Sociais, Raimunda Monteiro, foi eleita reitora, juntamente com o vice, Anselmo Colares, do Instituto de Ciências da Educação. A eleição paritária para reitor, conduzida por uma comissão também paritária, não é apoiada pela gestão pro tempore. A eleição é uma demanda dos três segmentos da Ufopa que surgiu no processo de criação da universidade, em 2009, e foi fortalecida com a criação dos sindicatos dos docentes e dos técnicos e com a organização do movimento estudantil na instituição. "A gestão pro tempore sempre desconsiderou nossa pauta que existe desde o processo de implantação da universidade", finaliza.