Docentes das universidades estaduais da Bahia farão protesto durante Lavagem do Bonfim nesta quinta feira (16) para denunciar o estrangulamento orçamentário imposto pelo governador Jaques Wagner

O movimento docente das quatro universidades estaduais baianas (Ueba) estará presente na Lavagem do Bonfim, em Salvador, nesta quinta-feira (16), para denunciar à sociedade o estrangulamento orçamentário imposto pelo governo do estado. Com a bandeira Com fé na luta, a atividade contará ainda com a participação de estudantes e técnicos administrativos, além de representantes de outros movimentos sociais e da CSP-Conlutas. Tradicionalmente, o cortejo, que percorre cerca de oito quilÿmetros, é formado por adeptos de várias religiões, e tem servido, também, para que diversos movimentos sociais expressem suas reivindicações, misturando demonstrações de fé com a chamada festa profana e manifestações políticas.

A novena dos devotos do Senhor do Bonfim foi instituída em 1804, de tal forma que, na segunda quinta-feira após a Festa de Reis, era feita a Lavagem da Igreja pelos escravos. Deste modo, surgiu o caráter sincrético da festa em homenagem ao Senhor do Bonfim e também a Oxalá. A partir dos anos 60, com a dimensão turística incorporada à festa, a lavagem passou a ser feita apenas na escadaria e surgiu a participação de entidades sindicais e movimentos populares que aproveitam a festa para protestarem.

Além de denunciar a redução do orçamento para 2014 em relação ao executado em 2013, a categoria docente está apreensiva quanto à demora do anúncio do reajuste linear para o funcionalismo que deve corresponder, no mínimo, à reposição das perdas inflacionárias do ano passado, de 5,91%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE. Até o momento, o governo mantem-se silencioso sobre a questão.

Diante desse quadro preocupante, o Fórum das ADs se reunirá nesta quarta-feira (15), na Aduneb, Seção Sindical do ANDES-SN, para avaliar as próximas ações. O projeto de Lei Orçamentária Anual ainda não foi votado pela Assembleia Legislativa por conta do impasse gerado entre governistas e a "oposição" sobre a destinação dos royalties do petróleo para o Funprev nos próximos quatro anos. Também a reunião prometida pela Coordenação para o Desenvolvimento da Educação Superior (Codes/SEC) para o final de novembro de 2013 ainda não se realizou, mesmo com a cobrança permanente do Fórum das ADs.