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Estudantes de Direito da UEL bloqueiam acesso à universidade e fazem protesto por mais professores e funcionários. UEL aumentou em 50% o número de turmas de graduação em direito, porém manteve o mesmo númer

14 de Novembro de 2014 às 23:38:11





Rei Santos

Manifestantes bloquearam a entrada principal do Cesa, no campus da UEL




Londrina - Estudantes do curso de Direito da Universidade Estadual de Londrina (UEL) realizaram ontem protesto para cobrar a contratação de mais professores e funcionários. Eles bloquearam a entrada principal do Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa), colocaram cartazes no local e distribuíram folhetos para quem passava pelo calçadão do campus.

O grupo alega que seriam necessários no mínimo mais 10 professores. As carências no corpo docente e no quadro de funcionários seriam a razão para o Escritório de Aplicação de Assuntos Jurídicos (EAAJ) não atender mais à noite.

Os estudantes relataram outras situações: receio de greve de funcionários e professores no início do ano que vem; docentes trabalhando além da carga horária contratada; turmas diferentes tendo aula juntas por falta de professores. "Temos medo de que aconteça aqui o que ocorreu na Universidade Estadual de Maringá (UEM), onde foram fechados o mestrado e o EAAJ", disse Daniel Bogo, de 22 anos, estudante do quinto ano.

Os estudantes afirmaram que, com a criação do período vespertino, em 2009, o número de turmas no quinto ano aumentou 50%, mas não foram contratados mais professores. No EAAJ, além da falta de servidores, há problemas na infraestrutura do prédio, especialmente na parte elétrica. Os alunos afirmaram que o curso de Direito da UEL tem perdido posições nos rankings de qualidade: no Ranking Universitário Folha (RUF), a graduação caiu 28 posições entre 2013 e 2014 e é apenas o 52º nacionalmente e o sexto no Paraná. "Entre os cursos da UEL, somos os penúltimos em pesquisa, à frente apenas de Administração", disse Bogo.

Os alunos já haviam feito um protesto durante o vestibular da UEL, na semana passada. O grupo também enviou uma carta para as chefias de departamento, a reitoria da universidade e o governo do Estado, mas não recebeu resposta formal.

A reitora da UEL, Berenice Jordão, disse que hoje à tarde haverá uma reunião em que as reivindicações serão discutidas entre representantes do Cesa, departamentos de Direito, pró-reitorias de recursos humanos e graduação, coordenadoria do colegiado e direção do centro acadêmico do curso. Entretanto, ela afirmou que, a princípio, "a contratação de professores não estaria justificada". "Quando foi instituído o curso vespertino, houve ampla discussão no colegiado, nas chefias dos departamentos e no Cesa, e decidiu-se pela instalação sem contratação de mais professores", alegou a reitora. "A contratação de mais docentes representaria uma mudança do que foi acordado e documentado."

Berenice afirmou que o quadro de professores da universidade está completo, já que as aposentadorias estariam sendo compensadas por contratação de temporários até a homologação de concursados. "O quadro é definido por lei e haveria necessidade de mudança na Assembleia Legislativa para ampliação", argumentou.


Fábio Galão

Folha Web