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Agenda cultural em colégios ocupados inclui circo, debate e até cursinho

29 de Novembro de 2015 às 13:14:08

Quem passa pelas mais de 200 escolas ocupadas no Estado de São Paulo vê de fora apenas correntes e cadeados, além de pouca movimentação atrás dos muros. Do lado de dentro, porém, os alunos sem aula organizam, por conta própria, uma programação com oficinas, debates e até aula de cursinho pré-vestibular.


O colégio Fernão Dias, em Pinheiros (zona oeste), que já está na terceira semana de ocupação, já recebeu show do cantor Chico César e rodas de discussão com artistas, professores universitários e líderes de movimentos sociais.


O porta-voz da ocupação, Heudes Oliveira, 18, diz que uma comissão de cinco estudantes faz um pente-fino para definir quais serão as atividades do dia.


Além das oficinas, os alunos também fecharam parcerias para ter aulas de dois cursinhos pré-vestibular em dois períodos na próxima semana.


"É importante esse apoio externo porque a gente quer, além de aula, colocar em pauta outras questões, como música, cultura e grafite. Queremos mostrar que a escola pode ir muito além das salas. E se a gente consegue fazer isso, então o poder público também pode", diz Oliveira.


Os estudantes do colégio Professor Alberto Conte, em Santo Amaro (zona sul), tiveram aulas de técnicas circenses na tarde desta quinta (26).


A instrutora voluntária ensinou a fazer uma pequena pirâmide humana.


No colégio Salvador Allende, em Itaquera (zona leste), após receber as propostas os estudantes definem em assembleia quais aulas querem ter. A maior parte das apresentações artísticas e oficinas que ocorrem no colégio são de artistas e outras pessoas que moram perto do colégio, como grafiteiros e músicos.


Apenas o grupo Hub Livre já conseguiu reunir mais de 2.000 aulas doadas a alunos das escolas ocupadas. Os temas vão de educação sexual a igualdade racial e social.


 

Com informações do jornal A folha de São Paulo