Notícias

Pesquisadora da UNICAMP destaca que precarização do ensino é o caminho adotado para entregar o sistema a empresários

13 de Janeiro de 2016 às 11:36:44

Professora e pesquisadora do Laboratório de Avaliação da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, Maria Márcia Sigrist Malavasi


Segundo a pesquisadora, o cenário da educação é caótico no País. Ela afirma que há uma tendência de privatização do ensino público e de entrega do sistema para grandes empresários da educação. O plano de fundo para isso é a precarização do ensino e as más condições de trabalho. “Como o governo não tem mais a intenção em investir no público, estamos vendo o reflexo desta intenção nas várias situações que estão ocorrendo: fechamento de escolas, demissão de professores, contratos temporários, falta de manutenção nas escolas, o que faz com que sejam alvos de depredação. Tudo é reflexo dessa grande intenção de privatização”, afirmou.


Em países onde o ensino vem sendo terceirizado, os resultados são preocupantes, afirma a pesquisadora. “Nos intriga porque os governos tentam privatizar, terceirizar quando há exemplos claros como Estados Unidos, Chile e Suécia, que vem mostrando que esse procedimento e atitude não vem dando certo”, diz. Maria Márcia ressalta que a verba destinada à educação não implica em gasto, mas em investimento.


LEIA TAMBÉM: Pesquisador investiga a privatização e a concentração de capital no ensino superior


Segundo a pesquisadora, as chances de sair da crise antes de três décadas são pequenas. “Se já vivemos em 2015 situações dramáticas, vamos viver daqui para frente acentuadamente”, afirma. Márcia citou como exemplo de caos educacional a tentativa de reorganização. “Não se faz isso com educação e não se brinca como o governo tem feito. Isso é um desastre”, comentou.


Ela reforça que é preciso que se dê atenção e credibilidade aos movimentos estudantis. “Muitos buscam desqualificá-los e fazer o jogo de colocar a sociedade contra eles, quando na verdade, os jovens nos dão um grande exemplo de mobilização, que precisam ser engrossados por pais, professores, funcionários, pela sociedade em geral”.


Fonte: Correio Popular