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Donos de Organização Social (OS) que administra hospitais públicos são presos por desvio de verbas no Rio. Montante já chega a R$ 48 milhões

31 de Janeiro de 2016 às 15:46:55

A Justiça determinou nesta quarta (27), que donos da Organização Social (OS) Biotech voltem à prisão.


Os irmãos Walter e Vagner Pelegrine cumpriam prisão domiciliar e voltaram à ser presos, acusados de integrar grupo que desviou R$ 48 milhões da verba da saúde.


O Poder Judiciário do Rio determinou que novos mandados de prisão fossem expedidos em discordância à uma decisão anterior, que havia concedido um habeas corpus durante plantão judiciário.


Os dois haviam sido presos pela primeira vez no início de dezembro do ano passado, durante a Operação Ilha Fiscal. Eles são suspeitos de comandar  uma quadrilha que fraudou R$ 48 milhões dos recursos públicos dos hospitais municipais Pedro II, em Santa Cruz, e Ronaldo Gazolla, em Acari, eles estavam em prisão domiciliar, beneficiados por uma decisão do plantão judiciário.


Segundo o voto publicado pelo relator do processo, desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, não compete ao plantão judiciário apreciar um pedido de habeas corpus que poderia ter sido formulado ao juiz natural do processo.


Ainda de acordo com o voto, alguns fatos novos destacaram-se no processo como a ocultação dos verdadeiros endereços residenciais por parte dos réus em conversas flagradas em escutas telefônicas e indícios de uma suposta identidade falsa de Walter, também identificado sob o nome de Waldeir Nóbrega Silveira, o que corrobora para a decretação da prisão preventiva.


Denúncias


Trinta e sete pessoas foram denunciadas pelo Grupo de Atuação Integrada na Saúde (GAIS) do Ministério Público (MP) do Rio à Justiça. Durante a operação, foram apreendidos carros importados, como duas Ferraris, cerca de R$ 500 mil em espécie e joias. Segundo os investigadores, a Prefeitura do Rio repassava o dinheiro para Biotech, responsável pela manutenção e gerência dos hospitais.


Entretanto, a empresa contratava fornecedores “marcados” e pagava mais caro pelos serviços. Os fornecedores devolviam os valores para a organização, que lucrava com a diferença. Em alguns casos, as empresas contratadas sequer prestavam os serviços. Estima-se que, a cada R$ 3 milhões recebidos, cerca R$ 1 milhão era desviado.


Ouça aqui a matéria da rádio Jovem Pan.


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Fonte: Jovem Pan, G1, O Dia e Ataque aos Cofres Públicos