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Milhares de servidores estaduais voltam às ruas do RJ contra retirada de direitos

11 de Abril de 2016 às 08:59:15

Servidores estaduais da educação do Rio de Janeiro, em greve geral, se uniram novamente às demais categorias do funcionalismo público fluminense em mais uma manifestação contra os sucessivos ataques aos direitos dos servidores públicos estaduais e o desmonte dos serviços públicos no Rio de Janeiro, na tarde de quarta-feira (6). Eles saíram do bairro Largo Machado, Zona Sul, em direção ao Palácio do Governo, em Laranjeiras. O ato marcou, também, a entrada em greve de trabalhadores de outros setores do serviço público e se converteu numa sonora declaração de unidade do funcionalismo estadual.


Os servidores protestaram contra o parcelamento e a alteração do calendário de pagamento dos salários, mudanças na Previdência - com o aumento da contribuição dos servidores de 11% para 14% -, e o não reajuste dos salários em 2015. Os manifestantes também questionam o parcelamento do 13° salário. A situação dos trabalhadores do serviço público se agrava ainda mais, diante do anúncio do governo que não garante o pagamento dos próximos salários em dia.


Segundo Guilherme Abelha, 1º secretário da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, o ato contou com grande adesão dos servidores públicos do estado, principalmente, da comunidade acadêmica das universidades estaduais do Rio de Janeiro – Uerj, Uenf e Uezo - todas em greve, e dos professores da rede básica de ensino, representados pelo do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), também paralisados desde 2 de março.


“Conseguimos reunir, em média, umas 10 mil pessoas. Caminhamos até o Palácio da Guanabara [sede do governo do estado] junto com diversas categorias do funcionalismo público para cobrar do governo estadual um canal de diálogo com os servidores, pelo fim dos ataques aos direitos dos trabalhadores e, agora, contra o PLP 257/16, que ataca frontalmente os direitos dos servidores federais, estaduais e municipais. Se alguns setores estavam em dúvida em relação à deflagração da greve, agora, não estão mais”, disse. De acordo com o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/2016, que tramita na Câmara dos Deputados, os governos estaduais e municipais terão que, entre outras medidas, reduzir o gasto com pessoal e implementar a previdência complementar para ter direito à renegociação de suas dívidas com o Tesouro.


Abelha avalia que se por um lado os ataques não cessam e se intensificam, por outro é possível acompanhar uma grande resistência, às medidas de ajuste fiscal, por parte dos trabalhadores e estudantes. “Aqui no Rio vivemos um cenário de grande desgaste do serviço público. Todo o setor da educação está paralisado, ensino superior e básico, por conta dos sucessivos cortes de recursos de custeio, do sucateamento das estruturas, da falta de manutenção e da falta de revisão salarial junto com as perspectivas de intensificação do arrocho a partir do ajuste fiscal. Todos esses ataques têm colocado os trabalhadores em um processo de mobilização muito grande, tanto que outras categorias fora da área da educação estão se unindo à esta greve, que tende a se transformar em uma greve geral dos servidores públicos estaduais”, finalizou.


Escolas ocupadas


O estado do Rio de Janeiro já tem ao menos quatorze escolas ocupadas por estudantes em solidariedade à greve dos professores. Os estudantes cobram também melhorias no sistema de ensino e mais recursos para a educação pública.


 


Fonte: ANDES-SN