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USP, Unicamp e Unesp fazem ato unificado na Paulista nesta segunda-feira (16) contra o desmonte das universidades

16 de Maio de 2016 às 11:53:09

A greve iniciada pelos trabalhadores da USP nesta quinta-feira (12) é forte em todas as unidades de ensino da instituição. Como parte do calendário de mobilização um ato unitário com funcionários, professores e estudantes das universidades paulistas Unicamp e Unesp vai ser realizado nesta segunda-feira (16), com concentração no vão do Masp, às 12h. Esse ato será um primeiro passo para a consolidação da greve geral nessas três instituições.


Haverá ainda uma passeata até a sede do Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). Neste dia está marcado uma reunião para discutir a pauta de reivindicação dos trabalhadores.  


A pauta do Fórum das Seis (que congrega as entidades sindicais e estudantis da Unesp, Unicamp, USP) foi protocolada há mais de um mês. Já houve a primeira reunião de negociação e o Cruesp, no entanto, não foi  apresentada nenhuma proposta de índice.  


Greve na USP é forte, reivindica reajuste salarial e o fim do desmonte da universidade  


O Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) reforça que a paralisação é por reajuste salarial, mas também contra a falta de investimento e política de privatização da universidade. A greve foi decretada contra o arrocho salarial e contra o congelamento de reajuste nos benefícios como vale alimentação e vale refeição. Há mais de três anos os trabalhadores reivindicam a inflação pelo ICV-DIEESE + 3% de perdas anteriores, o que dá 12,8%.  


Outras demandas importantes também são pauta de reivindicação. A falta de investimento no Hospital Universitário, que teve que fechar vários serviços e está ameaçado de desvinculação, é uma dessas delas.  


Além disso, as creches não abrem vagas há mais de dois anos e estão ameaçadas de fechamento, restaurantes universitários foram privatizados.   Houve cerca de duas mil demissões e desligamentos na gestão o reitor da USP Marco Antonio Zago, sem nenhuma reposição, pois a contratação de funcionários e professores está congelada há mais de dois anos.  


Reitor ameaça desocupar do Sintusp  


Em e-mail destinado ao Sintusp, o reitor acusa os trabalhadores de “atropelar negociações” e “desfazer pontes de diálogo”. Declarou, em entrevista à Revista Veja que era necessário “abandonar a dinâmica de sindicalismo” na universidade. Para de fato acabar com as lutas desse sindicalismo combativo, menos de um mês antes da data-base da categoria, deu ordem de despejo ao Sindicato, sem nenhuma justificativa. O reitor ameaça o Sintusp com medidas judiciais caso não seja realizada a desocupação do espaço que ocupa há 50 anos, desde antes de sua fundação formal após o fim da ditadura militar.  


A ordem de despejo vem depois de processos buscando demitir diretores sindicais por participação em manifestações, inquéritos contra panfletos sindicais, proibição de uso de carro de som, de afixação de faixas (que têm sido arrancadas), e de barricadas bloqueando o único acesso ao sindicato em dias de manifestação. O Sintusp denuncia que essas ações são um abuso.  


Estudantes ocupam prédio de Letras da USP e reitoria da Unicamp  


Essa falta de investimento nas universidades públicas fez também os estudantes se mobilizarem. Os estudantes de letras da USP decidiram entrar em greve e ocuparam o prédio. Os estudantes também são diretamente prejudicados, pois os recursos para permanência estudantil estão sendo corroídos pela inflação. Outro ataque foi a redução de bolsas e os cortes nas verbas das unidades de ensino, em várias delas retirando mais da metade de seus recursos, entre outras medidas.  


Nesta terça-feira (10), os estudantes da Unicamp decidiram ocupar a reitoria da universidade. Cerca de 600 alunos participam do movimento e protestam contra o anúncio de corte de verbas e por um programa de cotas étnico-raciais, pedindo ampliação da moradia entre outras demandas.  


A CSP-Conlutas segue apoiando a greve dos trabalhadores do Sintusp e com a luta dos trabalhadores das universidades paulistas. Essa mobilização que se contrapõem as políticas do governo estadual que quer acabar com a universidade pública e de qualidade. Todo nosso apoio! 


 


Fonte: CSP Conlutas