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Docentes do DEHIS/G repudiam, em nota, abertura de sindicâncias que atingem estudantes de História e docente do DEADM relativamente à greve de 2015

26 de Junho de 2016 às 14:20:32

Nota dxs Professorxs do Departamento de História da Unicentro, Campus Santa Cruz / Guarapuava-PR


Em resposta à solicitação do Centro Acadêmico C.A. do Curso de Graduação em História da Unicentro, Campus Santa Cruz; Guarapuava/PR, apresentada na reunião do Conselho de Departamento de 23 de junho de 2016, nós professorxs do Depto. de História, abaixo assinados, repudiamos os dois processos de sindicância instaurados pela Reitoria da Unicentro neste mês de junho, que citam alunos do curso de graduação em história e um professor do Setor de Ciências Sociais Aplicadas.


Tratam-se de sindicâncias movidas por denúncias de membros da universidade e os fatos relatados nas mesmas remontam aos dias contemporâneos ao 29 de Abril de 2015. Não podemos esquecer que naquele dia terrível, professores, estudantes, técnicos e servidores foram literalmente massacrados por gás lacrimogênio, balas de borracha, bombas de efeito moral e cachorros, entre outros métodos de coerção, medo e violência da Polícia Militar, para dispersá-los da frente da Assembleia Legislativa do Paraná. Esse episódio, que envolveu naturalmente milhares de pessoas, foi noticiado no Brasil e por todo o mundo.


Entre os citados dessas sindicâncias, estão 4 de nossos alunos do curso de graduação em história da Unicentro; Campus Santa Cruz. Como muitos de nós, esses alunos se engajaram e lutaram em defesa da universidade pública e pela dignidade do estudante, do professor e do servidor do Estado do Paraná, naquele inesquecível primeiro semestre. Obviamente que as várias assembleias, ações e atividades do movimento de greve acirraram os ânimos dos membros da comunidade universitária.


Nós, professorxs de história abaixo assinados, compreendemos que as normas jurídicas da universidade e do serviço público possam ser aplicadas, entretanto entendemos também que os posicionamentos políticos, a favor ou contra a greve, se constituem em fermento vivo do processo histórico. Além disso, a participação na luta por direitos configura um aspecto da formação do historiador e do professor de história, e se constitui em nossos objetos de ensino e de pesquisa, nossa argamassa de trabalho.


Repudiamos as sindicâncias relativas ao período de greve, pois ao mencionarem nossos alunos, atingem negativamente o Curso de Graduação em História da Unicentro de Guarapuava. Igualmente se constituem numa ameaça ao espírito crítico e ao exercício da cidadania, recorrentemente mencionados nas aulas de história de todos os níveis. Tais processos sindicantes também disseminam uma atmosfera de pressão e intimidação, que fomentam o conflito entre professores e alunos e são, portanto, fatores desagregadores para a comunidade universitária, numa universidade em crise que necessita de constante união.


Guarapuava, 24 de junho de 2016.


Assinam


Fábio Ruela de Oliveira


Vanderlei Sebastião de Souza


Rosemeri Moreira


Hélvio Alexandre Mariano


Jó Klanovicz


Silvia Gomes Bento de Mello


Paulo Rodrigo Andrade Haiduke


Odinei Fabiano Ramos


Diná Schimidt


Luciana R. Fornazari Klanovicz


Daniela Vallandro de Carvalho


Elenita Malta Pereira


Cerize Nascimento Gomes


Neli Maria Teleginski


Lorena Zomer


Caroline Tecchio


 


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