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Governadora Cida desrespeita servidores e retira de votação na ALEP o projeto de reposição da inflação (data-base) nos salários

10 de Julho de 2018 às 16:49:47

Frente a uma iminente derrota política na ALEP neste dia 10 de julho, a governadora Cida Borghetti resolveu retirar o projeto de recomposição das perdas inflacionárias nos salários do funcionalismo público do executivo paranaense. Com a retirada, a votação da proposta ocorrerá somente depois das eleições de outubro. 


A proposta da governadora, de 1% de reposição nos salários, foi uma verdadeira provocação aos servidores do executivo. Como se não bastasse o índice representar um percentual insignificante de reposição, outras categorias tiveram o apoio da governadora e seu grupo de deputados da ALEP para obter 2,76% de recomposição das perdas inflacionárias, referentes ao período de um ano. Entretanto, 31 deputados assinaram emenda ao projeto do governo propondo 2,76% para todas as categorias de servidores, razão da retirada de pauta do projeto.


Em resumo, para a categoria dos servidores do executivo, Cida propôs 1% de reposição da inflação; para as categorias dos servidores do Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Ministério Público, Defensoria Pública e da própria Assembleia, propôs 2,76%.


A pergunta que fica: qual é o critério de justiça da governadora?


Sabe-se que o jogo político na ALEP é complexo, mas quase sempre com resultados favoráveis ao governo do estado, haja vista que este possui (ou possuia?) a maioria dos deputados votando a seu favor.


Mas o momento político presente é diferente. As eleições estaduais estão definindo o rumo de muitas votações na ALEP, com ou sem o apoio da governadora. Assim, evidencia-se que a governadora, neste momento político e pré-eleitoral, não tem mais controle absoluto sobre a maioria dos deputados, o que a impede de impor os seus interesses e auferir resultados favoráveis em todas as votações na Assembleia.


A governadora Cida tem evitado posicionar-se publicamente sobre as diferenças de propostas, ou seja, 1% para os servidores do executivo e 2,76% para outros grupos de servidores.


Os servidores públicos paranaenses repudiam todos os posicionamentos de deputados e do governo contrários ao processo de recomposição das perdas inflacionárias nos seus salários, haja vista que, desde 2016, não ocorrem tais reposições e já se somam mais de 11% de perdas salariais.


É importante enfatizar que não se trata de “aumento” de salários, trata-se de reposição das perdas inflacionárias nas remunerações dos servidores públicos paranaenses, evitando o achatamento dos salários e a consequente redução de seu poder aquisitivo.