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POSICIONAMENTO DA ADUNICENTRO NO CONTEXTO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS E A CONJUNTURA POLÍTICA ATUAL

26 de Outubro de 2018 às 13:10:26

POSICIONAMENTO DA ADUNICENTRO NO CONTEXTO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS E A CONJUNTURA POLÍTICA ATUAL

A ADUNICENTRO, conforme deliberação em Assembleia realizada no dia 17 de outubro de 2018, nas dependências da UNICENTRO, manifesta-se sobre o atual momento politico do segundo turno às eleições presidenciais e o contexto das universidades públicas. Este texto soma-se ao conteúdo do texto político do ANDES-SN (Nota política do ANDES-SN sobre o segundo turno das eleições presidenciais de 2018, Circular ANDES-SN nr. 352/2018), o qual foi aceito/corroborado na assembleia mencionada e passou a constituir, igualmente, o posicionamento da seção sindical da ADUNICENTRO.


A ADUNICENTRO, constituindo-se parte integrante do ANDES-SN, reitera o seu compromisso histórico em defesa das universidades públicas e demais organizações públicas de ensino do país, incluindo seus quadros de servidores(as) públicos(as) e, deste modo, posiciona-se veementemente contra:


- As diversas propostas de privatizações das universidades públicas, seja por meio de sua estrutura e administração ou por meio de cobranças de mensalidades de estudantes, pois a ADUNICENTRO considera que a educação deve ser pública, gratuita, universal e de qualidade;


- Os discursos de futuras ações políticas que tendem a gerar ou a aumentar a precarização das condições das universidades públicas, por meio da redução de recursos para o seu custeio e manutenção e/ou da desvalorização da atividade de pesquisa científica, de extensão, e do ensino;


- Os ataques à imagem dos(as) servidores(as) públicos(as) de universidades e demais organizações públicas, em tentativas inadmissíveis de depreciá-los(as) perante à sociedade, como se os(as) servidores(as) fossem culpados(as) pelas crises capitalistas que o país enfrenta e pela má gestão de recursos públicos do estado, sobretudo, os recursos relacionados à previdência/aposentadoria de servidores(as) públicos(as) e demais cidadãos(ãs) brasileiros(as);


- As mudanças propostas nos sistemas de previdência, as quais tendem a gerar a redução do valor das aposentadorias e a insegurança quanto ao pagamento constante das remunerações previdenciárias de servidores(as) e da população em geral, ou seja, mudanças que ocasionam prejuízos aos(às) aposentados(as);


- As ameaças de retiradas de direitos de servidores(as) públicos(as), tais como a estabilidade, a qual mantém as organizações públicas com ambientes minimamente imunes às perseguições políticas severas e possíveis demissões arbitrárias de servidores(as) públicos(as), o que prejudicaria a prestação permanente de serviços públicos de qualidade à sociedade;


- As afirmações de que a reforma trabalhista e a terceirização irrestrita são necessárias e benéficas aos(às) trabalhadores(as), pois retiram direitos de trabalhadores(as) da iniciativa privada e pública e precarizam ainda mais as relações de trabalho;


- As declarações de possíveis retiradas de bibliografias e/ou disciplinas e/ou extinção de cursos que estimulam o pensamento crítico de cidadãos(ãs), pois isso fere a autonomia pedagógica de docentes e instituições e demonstra a depreciação à ideia da universidade como ambiente de formação promotora de discussões, reflexões e práticas críticas que contribuam para a construção de uma sociedade mais inteligente, justa e igualitária;


- As propostas de redução de vagas e/ou cotas e/ou outros direitos em universidades e demais organizações públicas e espaços sociais a grupos de pessoas que historicamente são excluídas de oportunidades por suas condições de vidas precarizadas, haja vista que as universidades devem ser ambientes que prezam pela justiça social;


- Os discursos que incitam a intolerância à diversidade de pensamentos, modos de ser e viver, a violência, o ódio, bem como as manifestações de fascismo, machismo, misoginia, homofobia, racismo, capacitismo e quaisquer outros preconceitos a grupos e às minorias, pois as universidades são caracterizadas como espaços plurais, de tolerância, de diversidade, de paz, de acolhimento e de respeito às diferenças;


- Os discursos que atentam contra as instituições, coletivos e movimentos sociais, inclusive as propostas que visam o enfraquecimento das organizações sindicais, pois, dentre outras, estas constituem-se nos alicerces da democracia e são instrumentos legítimos de luta e resistência, conquista e manutenção de direitos;


- Todas e quaisquer propostas ou discursos que representam retrocessos civilizatórios para a nação brasileira, tais como a defesa da tortura e da ditadura militar, pois o Brasil é signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da ONU;


- O apelo em campanhas políticas para argumentos de teor moralista e fakenews, os quais são alimentados pela incapacidade de parte da população de identificar manipulações e inverdades, o que pode influir em resultados de eleições, haja vista que a universidade tem como princípio a busca da verdade, por meio da ciência;


- Todas as ações que atacam a autonomia universitária e ferem o direito de livre pensamento e manifestação de professores(as) e demais servidores(as) públicos(as) e estudantes, pois a universidade é, em sua essência, a representação da liberdade de pensamento e de manifestação.


A ADUNICENTRO, portanto, reitera a sua posição pelas liberdades democráticas, pelos direitos dos(as) trabalhadores(as) e por uma sociedade mais justa para todos(as).