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O desrespeito do Governador Beto Richa pela autonomia do Conselho Universitário da UNESPAR e, a vontade de sua comunidade acadêmica, revela objetivos eleitorais e acordos políticos para 2014

16 de Maio de 2013 às 18:34:13

NOTA DA SINDUNESPAR SOBRE A AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR OS RUMOS DA UNESPAR



No último dia 13 de maio de 2013, às 9h, realizou-se a audiência pública para discutir o projeto de lei nº 144/2013 que cria a UNESPAR e indica a cidade de Paranavaí como sede. A audiência aconteceu no plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná e teve a SINDUNESPAR como uma das proponentes. O ponto motivador de todo o debate foi a efetivação, no projeto de lei que veio do executivo, da indicação da cidade de Paranavaí como sede da reitoria da nova universidade pública paranaense, desconsiderando a decisão do Conselho Universitário da instituição e confirmando as declarações que o governador Beto Richa havia feito meses atrás para políticos e pecuaristas da região de Paranavaí.

Além da presença da SINDUNESPAR, a audiência contou com a participação de parlamentares, diretores das faculdades que compõe a UNESPAR, o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia e organizações representativas da comunidade universitária paranaense. O público presente era formado, na sua imensa maioria, por estudantes, agentes universitários e professores das faculdades que compõe a UNESPAR.

Por mais que se deva reconhecer os recentes empenhos políticos que, enfim, estão culminando na formação da universidade, não se pode esquecer que ela NÃO se faz pela força do Verbo de algum ou alguns indivíduos que se acham onipotentes e oniscientes do processo histórico, como por várias vezes pode-se entender pela fala de alguns parlamentares presentes na audiência, mas que a UNESPAR é formada por uma comunidade viva e pulsante e que a constrói cotidianamente no convívio e no diálogo direto com as sociedades locais. Foi essa comunidade que por seus meios legítimos e democráticos (o Conselho Universitário) fez a escolha de Curitiba como sede da universidade. Os argumentos apresentados pelos que defendem a decisão originária do COU são irretorquíveis por serem tão bem fundamentados em critérios lógicos e justos que sequer foram rebatidos pelos que defendem a posição do governo. Estes se limitaram a desenrolar um discurso vago e genérico em defesa da interiorização da universidade (mas que foram prontamente desmontados pelos que defendem a posição do COU), sem, entretanto, revelar publicamente os reais interesses que norteiam tal decisão, a saber, acordos políticos partidários para as eleições de 2014.

O espírito de indignação convertido em mobilização que tomou conta da comunidade acadêmica da imensa maioria dos campi da UNESPAR conseguiu vitórias, embora parciais, mas mesmo assim significativas: o adiamento da votação do projeto de lei, que deu tempo hábil para realizar a audiência, mais o pedido de audiência com o governador, só foram possíveis em razão das intensas atuações daqueles que fazem parte da Universidade e defendem sua autonomia.

Se, em um espaço onde se fala tanto em democracia como a Assembleia Legislativa, o direito de autodeterminação que as universidades têm, e que são expressos pela sua autonomia, não for garantido na mínima função de escolher o local da sua sede, a UNESPAR já nasce maculada em sua autonomia, porque está servindo a interesses econômicos, políticos e partidários. Se isso acontecer, só confirma a tese que a representatividade política sediada na capital do Estado é só a representatividade política, não do povo, mas do Capital do Estado.



RESPEITO A AUTONOMIA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA PARANAENSE!

DECISÃO DEMOCRÁTICA NÃO É MOEDA DE TROCA POLÍTICA!



SINDUNESPAR