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Relatório do ICV-DIEESE. Inflação afeta igualmente todos os estratos de renda

06 de Outubro de 2011 às 20:38:43

O Índice do Custo de Vida (ICV) calculado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apresentou variação de 0,69% em setembro. Em relação a agosto (0,39%), a diferença foi de 0,30 pontos percentuais (pp.).

Os grupos que mais colaboraram com o aumento da inflação foram quatro: Saúde (1,72%), Alimentação (0,82%), Habitação (0,56%) e Transporte (0,58%), que, juntos, contribuíram com 0,70 pp. no cálculo da inflação de setembro; os seis grupos restantes apresentaram variações pequenas não alterando significativamente o cálculo da taxa deste mês.

Na Saúde (1,72%) o aumento se deu, principalmente, no subgrupo da assistência médica (2,13%), consequência dos reajustes dos seguros e convênios médicos (2,57%), o qual contribuiu com 0,23 pp. no cálculo da inflação deste mês de setembro (0,69%).

As taxas dos subgrupos da Alimentação (0,82%) foram distintas: produtos in natura e semielaborados (1,02%), produtos da indústria alimentícia (0,64%) e alimentação fora do domicílio (0,72%). Nos produtos in natura e semielaborados, a desagregação dos itens revela os seguintes comportamentos:

â?¢ Peixes e frutos do mar (4,11%) - com alta marcante no camarão (7,00%);

â?¢ Grãos (2,34%) - com alta tanto no arroz (2,91%) como no feijão (1,47%);

â?¢ Leite in natura (2,33%) - sendo maior para os tipos C (2,61%) e B (1,91%);

â?¢ Frutas (2,14%) - com fortes reajustes no pêssego (77,99%), limão (18,55%) e maracujá (15,79%);

â?¢ Aves e ovos (1,50%) - com alta nas aves (2,43%) e queda nos ovos (-2,64%);

â?¢ Carnes (1,20%) - com variação positiva em ambos os itens: bovina (1,21%) e suína (0,98%);

â?¢ Hortaliças (-3,34%) - com queda geral nos componentes;

â?¢ Raízes e tubérculos (-5,90%) - com forte diminuição nos preços do alho (-15,01%) e da cebola (-11,09%) e

â?¢ Legumes (-7,24%) - com queda generalizada, sendo mais acentuada na berinjela (-23,52%) e vagem (-17,08%).
No subgrupo da indústria da alimentação (0,64%), as taxas dos itens são pequenas, merecendo destaque as altas nos preços do café em pó (3,20%), margarina (3,11%), leite longa vida (2,74%) e açúcar (2,40%). Na alimentação fora do domicílio (0,72%), as taxas dos itens foram: refeição principal (0,75%) e lanches (0,68%).

Índices por estrato de renda

Além do índice geral, o DIEESE calcula mais três indicadores de inflação, segundo tercis da renda das famílias paulistanas . Em setembro, as taxas foram positivas e semelhantes entre todos os estratos de renda: 1º (0,69%), 2º (0,70%) e 3º (0,69%). No entanto, as variações deste mês em relação às de agosto apontaram aumentos distintos, sendo maior para o terceiro estrato (0,35 pp.) e menores para o segundo (0,27 pp.) e primeiro (0,20 pp.).

Inflação acumulada

A inflação geral, nos últimos 12 meses, é de 7,45% e cresce à medida que a renda aumenta: estrato 1 (7,20%), estrato 2 (7,30%) e estrato 3 (7,58%). Este ano de 2011 já acumula alta de 4,69%, apresentando comportamento semelhante às taxas anuais, ou seja, crescendo à medida que aumenta o poder aquisitivo: estrato 1 (4,07%), estrato 2 (4,26%) e estrato 3 (5,05%).3,35% para o estrato 1, 3,53%, para o 2  e 4,33%, para o 3.

Comportamento dos preços em 2011

Dos 10 grupos que compõem o ICV, chamam atenção as seguintes taxas: superiores ao índice geral (4,69%) os grupos Transporte (7,55%), Saúde (6,46%) e Educação e Leitura (5,81%); com variação semelhante o grupo Despesas Pessoais (4,74%). Com taxas abaixo da inflação situaram os grupos: Alimentação (4,10%), Habitação (3,51%), Vestuário (2,29%), Recreação (0,86%) e Equipamentos Domésticos (-2,52%).


Leia aqui o relatório completo do ICV-DIEESE de setembro


*   No estrato 1 estão incluídas as famílias com renda média de R$ 377,49; o 2 engloba aquelas com rendimento médio de R$ 934,17 e no 3, aquelas que ganham em média R$ 2.792,90 , em valores de junho de 1996.

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