Notícias

Docentes da UEPG vão paralisar suas atividades no dia 18/10. O fato do governo não ter dado nenhum sinal de que vai colocar a proposta da carreira docente na ALEP ainda em 2011 gerou o movimento

09 de Outubro de 2011 às 01:54:10

Aprovada na Assembleia desta quarta, os professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) decidiram por unanimidade paralisar as atividades no dia 18/10 (terça-feira). Após reconhecerem o silenciamento do Governo em torno da proposta, os docentes optaram por paralisar as atividades, como forma de alerta.  Todos os professores estão convocados a se reunirem em frente a prédio central, campus centro, na Praça Santos Andrade. "O principal objetivo é chamar a atenção do Governo sobre a necessidade da aprovação e implantação do projeto de Revisão da Carreira para 2012â?³, afirma Cintia Xavier, presidente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg) - Andes S/N. O projeto de Revisão da Carreira prevê a equiparação salarial dos técnicos administrativos com os docentes e o aumento nos percentuais de titulação (45% para especialistas, 70% para mestres e 100% para doutores).

A Assembleia reuniu cerca de 80 professores, gerando um debate maior que o último encontro sobre as principais estratégias de mobilização. Segundo a professora Silvana Oliveira, Departamento de Letras, a presença de um número maior de docentes é de fato um avanço. "A universidade percebeu a situação, o que os docentes querem. Talvez precisamos agora de uma decisão mais direta, como um ou dois dias de paralisação mesmo", sugeriu a professora.

De acordo com o professor Carlos Hugo, do curso de Agronomia, mobilizar apenas a UEPG não basta. É preciso fomentar uma discussão em todo o Paraná, de forma a garantir atenção. "Nossas reivindicações só terão voz para o Governo se tivermos capacidade de nos articularmos com as outras universidades", explica.

Ao longo da Assembleia, a presidente do Sinduepg, Cintia Xavier, explicou que as decisões dos docentes da UEPG estão em consonância com as demais universidades estaduais.

De acordo com Cintia, os docentes das outras Universidades estão realizando assembleias e se mobilizando. "Os docentes da Unioeste já indicaram o dia 27 deste mês para paralisação e em Maringá os representantes estão dando os mesmos encaminhamentos em suas Assembleias Docentes", informa.

Dia de paralisação - 18/10

Para o dia 18, estão sendo programadas atividades, como aulas públicas, oficinas, realizadas na entrada principal do campus central, a partir das 8h. Os professores contarão com o apoio de um carro de som, faixas, cartazes e banners. Caso chova, a â??aulaâ?? será transferida para o Grande Auditório no bloco A.

Outras medidas de mobilização aprovadas foram: envio de e-mails aos deputados estaduais para que tomem conhecimento das reivindicações docentes e façam a interlocução com o governo para encaminhar a proposta, desenvolvimento de outdoors e criação de petições online a fim de facilitar a divulgação.

Deputados Estaduais se manifestam

Como havia sido aprovado na última Assembleia do dia 29 de setembro, foram convidados para esta quarta os deputados estaduais Marcelo Rangel (PPS), Péricles de Melo (PT) e Plauto Miró (DEM) a fim de tomar conhecimento das posições dos representantes da cidade. Devido à sessão na Assembleia Legislativa, os deputados não puderam comparecer. No entanto, o deputado Marcelo Rangel,  via telefone, declarou que vai tomar conhecimento das reivindicações e colocou seu mandato à disposição. O deputado Péricles também ligou e afirmou que irá interceder na proposta, de forma a auxiliar os docentes.

"Continuaremos conversando com os Deputados, pois precisamos de uma posição clara deles em relação as nossas propostas", destaca Gisele Masson, vice-presidente do Sinduepg.

Realidade dos professores das IEEs-Pr

Antes das reivindicações dos professores das Universidades Federais saírem vitoriosas das discussões com o governo, a diferença entre os vencimentos das Federais com as Estaduais era de 13%. Hoje a diferença chega perto dos 18%, em média. A valorização do professor de ensino superior do estado é de fundamental importância para diversos aspectos do Paraná, como o próprio desenvolvimento econômico.

Dados levantados pelo Grupo de Trabalho responsável pela elaboração da proposta de Revisão da Carreira mostraram que a cada um real gasto em razão da existência das Instituições de Ensino Superior, gera-se um adicional de renda de R$1,34. A cada real pago de salário dos professores e funcionários, gera-se um adicional de R$ 1,43 na economia do Paraná. Desta forma, o impacto de 1,33% da proposta no orçamento do estado é muito baixo quando comparado com os ganhos.

"Este dado é fundamental para que os professores se convençam e convençam seus pares que a nossa causa é possível! A nossa luta é legítima e o governo tem que começar a valorizar o professor de ensino superior", explica a professora Gisele Masson