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Na UFPR o dia 19 de abril será marcado por paralisação dos docentes e discussão do indicativo de greve nacional

16 de Abril de 2012 às 03:10:10














O descaso do governo na negociação da reestruturação da carreira e o não cumprimento do acordo assinado em agosto de 2011, previsto para o mês de março, foram avaliados pelo movimento docente local como um desrespeito à categoria.

Os docentes também apontaram a intransigência do governo frente às reivindicações da categoria. "Expressão disso é o fato de o governo ter encaminhado o PL que trata dos 4% e da incorporação das GEMAS e não ter feito nenhum esforço para que ele tramitasse com rapidez. Como se não bastasse, incluiu no mesmo projeto de lei medidas que retiram direitos dos docentes como, por exemplo, a mudança na forma de pagamento da insalubridade e periculosidade," explica o secretário geral da APUFPR-SSind, Rogério Miranda Gomes.

Para os docentes, o mês de abril deve ser de ampliação das mobilizações para garantir a construção da greve das federais no início de maio, caso o governo não retroceda em sua política de não valorização do serviço público e da educação superior. "O comando trabalha com a perspectiva de retomada da greve, já que suspendemos essa greve. Claro que faremos isso com responsabilidade, até porque a conjuntura também nos aponta que o governo vai jogar duro", afirma o docente do departamento de Química, Claudio Antonio Tonegutti.

A proposta do setor das federais do ANDES-SN é que abril seja tratado como um mês decisivo nas negociações, e indica que os docentes realizem no dia 13 atividades nas universidades dialogando com a comunidade interna e externa, e explicando a luta da categoria.

Já nos dias 19 e 25 de abril, devem ocorrer paralisações em todas as IFES - a primeira em defesa da pauta específica dos docentes e a segunda, previamente convocada pelo Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais, em defesa da pauta unificada dos SPFs. Neste dia, as demais categorias dos servidores também deverão suspender as atividades em todo o país.

Na Universidade Federal do Paraná o Comando Local de Greve da UFPR indicou que, para o dia 13 de abril, os docentes utilizem suas aulas para esclarecer aos alunos o motivo de uma possível greve. "A ideia é que nesse dia os professores possam, inclusive, realizar aulas com suas turmas enfatizando o tema da precarização da educação pública, mostrando aos alunos a necessidade da luta pela melhoria das condições de trabalho e salariais", afirma Mônica de Macedo Cardoso, professora de Terapia Ocupacional e membro do Comando de Greve.

Neste dia os docentes também distribuirão no R.U e bibliotecas um material que explica à comunidade acadêmica o processo de precarização do ensino superior.

Já para o dia 19 de abril, está marcada uma paralisação com assembleia geral da categoria. "Neste dia haverá uma grande paralisação nacional dos docentes e aqui na UFPR realizaremos também uma assembleia geral em que discutiremos as estratégias para ampliar a mobilização, construindo uma proposta de data para indicativo de greve a ser levada à reunião do Setor das IFEs," explica a diretora de imprensa da APUFPR-SSind, Melissa Rodrigues de Almeida.

O dia 19 de abril também será marcado com um seminário que discutirá os dados analisados pelo grupo de trabalho que apontou a necessidade de estabelecimento do limite máximo de 12 horas em sala de aula na UFPR. "Nós aqui seguiremos o indicativo nacional com um calendário de mobilizações na UFPR. Nesse movimento também iremos construir para o dia 25 uma paralisação com as outras categorias do serviço público, aqui em Curitiba", afirma Tonegutti.

Para o Comando Local de Greve é importante destacar que essa greve que se aponta está pautada em dois eixos. O primeiro se refere à pauta de todo o serviço público federal, e o segundo se refere à pauta emergencial específica dos docentes, discutida no congresso de Manaus.

"O centro da mobilização agora não se restringirá ao cumprimento do acordo de 2011, visto que ele, por si só, está muito abaixo das necessidades dos docentes e do serviço público federal. Entendemos o cumprimento do acordo como uma obrigação do governo em relação ao ano de 2011. Para o ano de 2012, nossas reivindicações são mais amplas", completa Gomes.

Eixos da campanha 2012 ANDES-SN

1. UNIVERSIDADE PÚBLICA E O TRABALHO DOCENTE

2. AUTONOMIA, FINANCIAMENTO E VAGAS DOCENTES

3. DEMOCRATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES E DAS RELAÇÕES DE TRABALHO

4. CONDIÇÕES DE TRABALHO, CAPACITAÇÃO E SEGURIDADE

5. CARREIRA ÚNICA

6. POLÍTICA SALARIAL

7. PROPOSTA SALARIAL

AGENDA DE MOBILIZAÇÃO

Dia 13 de abril

Dia de mobilização nacional dos docentes das federais

- Indicativo que na ufpr os docentes utilizem suas aulas para discutir a situação de precarização da universidade pública e explicar aos alunos a possibilidade de greve dos docentes.

- Esclarecimento à comunidade acadêmica da possibilidade de greve: panfletagens dos docentes nos RUs e bibliotecas.

Dia 19 de abril

Paralisação Nacional dos Docentes das Federais

- 13h30 - Seminário: Limite máximo de 12 horas em sala de aula na UFPR.

- 15h30 - Assembleia Geral Extraordinária com discussão de indicativo de greve.

Dia 25 de abril

Paralisação Nacional de todo o serviço público federal

- Ato conjunto das várias categorias do Serviço Público Federal, no centro de Curitiba, para esclarecer à comunidade externa a situação de precarização do Serviço Público e as reivindicações do funcionalismo.