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Nota da Diretoria da ADUNICENTRO acerca da situação do R.U. e da política de Assistência Estudantil na UNICENTRO

04 de Março de 2013 às 14:15:20

A Diretoria da ADUNICENTRO entende ser fundamental apoiar os estudantes da UNICENTRO na luta por assistência estudantil. Nossa universidade padece de um grave problema: a preocupante evasão de estudantes. Somos docentes, portanto faz parte de nossas funções preparar academicamente estes jovens e contribuir  para que conquistem seus sonhos. Nos entristece ver que muitos de nossos jovens veem o sonho de um futuro melhor ir se apagando diante das dificuldades econômicas de se estudar numa universidade pública que apresenta  falta crônica de assistência estudantil.

Segundo dados do IBGE, a UNICENTRO está inserida na região com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixo do estado do Paraná e mesmo da região sul do Brasil. A maior parte de nossos estudantes são principalmente desta região. Por isso entendemos que a UNICENTRO não pode ser tratada diferentemente dos estudantes da UEL, UEM e UEPG onde há R.U. público. É importante que haja R.U. público naquelas universidades, mas na UNICENTRO isso é ainda mais importante dada a conjuntura econômica da região. Segundo dados obtidos da própria UNICENTRO, confrontando dados dos ingressantes e os formandos, 45% dos estudantes que ingressam na nossa universidade abandonam seus cursos. Mais de uma variável pode provocar este resultado, porém outra informação fornecida pela UNICENTRO que atesta que 51% dos vestibulandos de 2012 vêm de famílias com renda de até dois salários mínimos. Assim, é razoável inferir que a questão econômica é um fator importante.  Quase 2/3 afirmam que necessitarão trabalhar para se manter estudando.  Aqueles que estão matriculados em cursos integrais enfrentam dificuldades adicionais, pois a perspectiva de trabalhar é dificultada pelo tempo maior que tem que estar presencialmente na universidade.

O que está em discussão é que, desde que a UNICENTRO foi criada há mais de 20 anos e antes como FAFIG e FECLI há mais de 40 anos, nenhum governo a tratou com igualdade comparada a outras universidades estaduais. Durante todo este tempo a UNICENTRO continua vendo seus jovens enfrentarem dificuldades maiores quando comparados aos estudantes das demais universidades. Isto significa que milhares de jovens foram obrigados a desistir de seus cursos e sonhos devido a dificuldades financeiras quando uma eficaz política de assistência estudantil poderia ter evitado isso.

E também é necessário olhar para o futuro. As cotas definitivamente fazem parte da realidade das Universidades brasileiras. A partir do ano passado as Universidades Federais passaram a ter que implantar cotas numa proporção de 50%. É questão de tempo para que o sistema estadual de ensino superior do Paraná evolua no mesmo caminho. Quando isto ocorrer, a curto e médio prazo, a situação da evasão discente na UNICENTRO irá se agravar. Temos que nos antecipar e nos preparar para receber estes jovens. A UEM já iniciou a ampliação de seu R.U. público, a UNIOESTE iniciou ano passado as tratativas para implantar o seu, também público. A UENP investe em moradia estudantil. A UNICENTRO não pode postergar mais a criação de uma política de assistência estudantil eficaz.

Assim, quando vemos um grande número de estudantes da UNICENTRO, em Irati e Guarapuava, fazendo um forte movimento no campus, na reitoria, na Assembleia Legislativa, na SETI, levantando cartazes no nariz do Governador achamos sim muito bom. É um grito de alerta de tantos que lutam pelo coletivo e de desespero de outros que estão perto de ter que abandonar os estudos e que não deve ser ignorado. Investir na expansão das universidades também significou trazer mais jovens carentes.

Não basta investir em acessibilidade e não fazer o mesmo em termos de permanência. Devemos lembrar que as demais Universidades, dentre as políticas de assistência estudantil investem também em creches e moradia estudantil. Será que isso significa privilégio ou - como acreditamos e defendemos - se trata de democratizar o acesso ao ensino superior e contribuir para para enfrentar as desigualdades sociais e regionais?  Quando nossos jovens lutam por assistência estudantil eles tornam a UNICENTRO uma universidade maior ou menor?

O momento é de unir todos os esforços (Reitoria, Sindicato e DCE) para defender a categoria toda dos estudantes e garantir uma política eficaz de assistência estudantil, reduzir a evasão discente e democratizar o acesso e permanência dos estudantes.

Diretoria da ADUNICENTRO, Sindicato dos Docentes da UNICENTRO