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Ode à Consciência Negra e a Zumbi dos Palmares!

20 de Novembro de 2019 às 12:24:09

Ode à Consciência Negra e a Zumbi dos Palmares!


Somos os povos originários de toda a humanidade. Graças a nossos ancestrais, avós e avôs, mães e pais que a consciência, as emoções, a sabedoria e as línguas humanas surgiram.


Somos os povos originários de toda a humanidade. Graças a generosidade de nossos ancestrais aprendemos a cuidar de nossas crianças, parentes, idosos, amigos e estrangeiros. E em torno desses cuidados, civilizações surgiram e propagaram tecnologias surpreendentes como as 138 pirâmides no Egito, religiões politeístas que nos ensinaram a importância da trindade e o culto monoteísta adotado por outras civilizações posteriores. Somos descendentes das dinastias dos Faraós Egípcios, da Rainha de Sabá, do Rei Mwene Mutapa, da Rainha Nzinga e que desde milênios já viajávamos toda a extensão do Oceano Índico e Mediterrâneo.


Somos os povos originários da humanidade. Nossa consciência é ancestral e por isso somos aguerridos como nossas mães e pais NEGROS. Graças a nossos ancestrais que suportaram as cruentas dores da escravidão, aprendemos a lapidar nossos espíritos a sobreviver as atrocidades inigualáveis em horror e por tanto tempo em toda a história da humanidade. Nossa vivacidade é incansável como a de Ganga Zumba, Zumbi, Dandara, Odara, Aimé Césaire, Frantz Fanon, Du Bois, Marcus Garvey, Machado de Assis, Luiz Gama, Jesse Owens, Rose Parks, Haile Selassie, Kwame Nkruma, Sekou Touré, Julius Nyerere, Simon Kapwepwe, Martin Luther King Jr., Nina Simone, Mariama Ba, Mãe Menininha de Gantois, Pixinguinha, Cheick Anta Diop, Achille Mbembe, Abdias do Nascimento, Mandela, Petronilha Gonçalves da Silva e tantos outros que partilham nosso dia a dia.


Somos os povos originários da humanidade, que quando adoecida pelo racismo foge de sua memória ancestral e com ela, se esquivam do cuidado alheio. É a consciência de nossa generosidade ancestral que se espalha com nosso sorriso largo e contagia por sua espiritualidade revigorante.


Texto escrito por: 


Prof. Dr. Jefferson Olivatto da Silva


Núcleo de Estudos Ameríndios e Africanos


NEAA/UNICENTRO