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A truculência do Reitor Rodas, da USP, contra o Largo São Francisco

02 de Novembro de 2011 às 20:00:01

A truculência do reitor Rodas contra o Largo São Francisco


Fonte: Blog do Luis Nassif


Há tempos a São Francisco tem enfrentado o Rodas, um ex-diretor e reitor que insiste em atacar a comunidade, sendo o seu maior alvo o atual diretor da Faculdade de Direito, o professor Antonio Magalhães. Por quê?

Porque o diretor Magalhães quer restaurar a administração e boa gestão da faculdade, interrompida em 2007, com a entrada do Rodas na diretoria da FDUSP e, desde 2010, quando ele foi nomeado Reitor da USP, tem buscado sistematicamente isolar e constranger a diretoria da Faculdade de Direito.

Ano passado, houve diversas tentativas - abertas ou dissimuladas - de fazer o diretor, professor Antonio Magalhães, deixar o cargo.

Após 2007, houve uma profunda decadência administrativa na São Francisco em razão das políticas autoritárias de Rodas, que tentou implantar diversas formas de privatização mediante contratos, convênios e parcerias que nem sempre foram anunciadas transparentemente  à comunidade dos professores, alunos e servidores, bem como aos órgãos internos da FDUSP.



O auge dos atos questionáveis de Rodas deu-se com a transferência das bibliotecas para um prédio sem condições de receber os livros, no ínicio de 2010.

Um a um, os franciscanos foram percebendo o quanto o Rodas parece não nutrir amor pela velha  e sempre nova academia do Largo, e, agora, Rodas tem anunciado - mediante publicações em boletins da USP - que há um caça às bruxas dirigido contra ele, logo, deseja o Reitor que todos os cabeças de um movimento(?) que contra ele se dirige saiam da São Francisco e da universidade. A declaração dele publicada no Boletim USP destaques é sintomática de um suposto macartismo(?):

[..]É doloroso observar que os "cabeças" do movimento passam pela vida da FD (alguns já a deixaram, outros estão prestes a deixá-la, mas, com certeza, todos a deixarão um dia).

(Do site: http://www.usp.br/imprensa/wp-content/uploads/Destaque-Faculdade-de-direito-Internet1.pdf)

[" Nesta edição especial: O Jornal Arcadas pergunta e o reitor responde. 27/09/2011]

Essa declaração do Rodas muito me assustou, pois, embora discorde publicamente de muitos atos  dele, não sabia que ele nutria um profundo sentimento "macartista" para com seus opositores- é isso o que parece - conforme se pode deduzir na leitura ao trecho aqui transcrito.

Há tempos é avisado que Rodas não respeita a oposição e as frações do movimento estudantil,  fugindo ao diálogo, prefere atacar a comunidade acadêmica através de órgãos de imprensa. Felizmente alguns órgãos de imprensa estão percebendo o quanto é necessário realizar uma cobertura que ouça diversas versões sobre os fatos.

Há tempos a São Francisco reflete a polarização política vivida pelo país. É certo que talvez haja um distanciamento do poder público em relação à universidade, todavia, a despeito dos erros da comunidade - nossos erros - e até mesmo dos governantes, maiores são os erros de um Reitor que nos quer ver longe da universidade e da faculdade, como se ele não desse valor à casa e família acadêmica de onde veio.

Fico muito triste com essa situação toda, essas difamações de todos os lados, todavia, entre Rodas e o professor e diretor Magalhães, mais certo é que o diretor Magalhães nos ouve, com todas as diversidades, procura ser um profissional democrático e aberto às críticas, algo que o Rodas há muito tempo parece que deixou de lado.

Em breve, é possível que eu conclua o curso na São Francisco, talvez. Tenho a impressão de que muitos mestres nos tentam ensinar e viver o Direito, enquanto outros não medem esforços para rotular qualquer um que ouse questionar atos e políticas públicas anti-educação, voltadas ao desmonte progressivo da universidade para entregá-lo a forças que não querem saber da educação superior gratuita e de qualidade.

Infelizmente, para o Rodas, quem estuda ou fala de algo que é contra ele, age de forma rocambolesca ou na certa é mais um comunista aliançado com o PT ou outra força de crítica dissonante ao discurso supostamente moderno que ele tenta praticar.

Se modernização é o que Rodas propõe, isso se traduz em bibliotecas fechadas, proposta de desmanche de escolas e departamentos de ensino, policiamento aos movimentos dissonantes à política oficial do Reitor da USP.

Espero que o atual governador, quando escolher o próximo Reitor da USP, escolha o mais legítimo perante a comunidade universitária.

Se necessário for, que a USP proponha uma estatuinte, para que episódios como esses não mais se repitam.

O trágico dia 09/06/2009 - lançamento de gás pimenta nos alunos da Faculdade de História  e Geografia - assinala a crise de uma universidade que nasceu oligárquica, tem um estatuto do tempo do regime militar e que atualmente volta-se aos interesses de uma pequena burocracia universitária, muito representada pela figura do Rodas.

Existe democracia nesse universidade?

Talvez sim, a São Francisco demonstra que essa reflexão é possível.

Por jefferson

Não é só contra a São Francisco que o Rodas lança suas flechas.  Contra a USP Leste também.

Tanto que está tentando fechar o curso de obstetrícia e reduzir as vagas da unidade da zona leste.

Por quê? Porque a USP Leste foi inaugurada pelo Alckimin, que é o maior inimigo em SP do mentor do Rodas, o infame José Serra, que cuspiu na cara da comunidade da USP ao nomear Rodas reitor contra a vontade da comunidade e sem a legitimidade do voto, já que Rodas foi o segundo na eleição.

Ponham mais essa lambança toda na conta do Serra, por favor...